O modelo de teletrabalho generalizou-se e compete às empresas implementar estratégias que assegurem a sustentabilidade do teletrabalho.
Paralelamente, é necessário continuar a desenvolver mais investigação, que permita compreender melhor as características e o funcionamento do teletrabalho, bem como os fatores que influenciam a produtividade e o bem-estar dos trabalhadores em teletrabalho – durante e após a pandemia COVID-19.
Neste artigo partilho algumas medidas a aplicar para que se consiga atingir essa sustentabilidade, contribuindo para a construção de locais de trabalho mais saudáveis.
- Definir regimes híbridos de teletrabalho, que combinem, conforme as necessidades das empresas e dos seus trabalhadores, teletrabalho e trabalho presencial.
- Avaliar e prevenir os riscos psicossociais associados ao teletrabalho.
- Evitar horários de trabalho excessivos, implementando políticas que respeitem o “direito a desligar”.
- Facilitar a criação de espaços de trabalho adequados em casa.
- Reforçar as competências tecnológicas dos trabalhadores.
- Desenvolver capacidades de liderança e gestão de recursos humanos em contexto de teletrabalho.
- Promover a autonomia, o envolvimento dos trabalhadores e a inclusão.
- Facilitar e promover a criação de relações, a confiança e a interação social remota.
- Defender uma política de tolerância zero relativamente a comportamentos discriminatórios e desadequados, como o racismo, o idadismo, o sexismo
- ou o bullying/ciberbullying.
- Garantir a igualdade de oportunidades entre trabalhadores em regime de trabalho presencial e teletrabalho.
- Tornar a Saúde Psicológica, o Bem-Estar e a Resiliência objetivos da organização, incorporando-os nos valores e indicadores-chave de desempenho (KPIs) organizacionais.
- Promover o desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores.
As alterações provocadas pela pandemia COVID-19 vieram acelerar o processo de transformação da organização do trabalho. Embora a totalidade destes impactos ainda não possa ser analisada, o teletrabalho mudará, sem dúvida, a organização e produtividade das empresas, provocando também alterações permanentes na relação entre empregadores e trabalhadores e na gestão do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (tema que já abordei anteriormente). Neste contexto, torna-se cada vez mais premente a avaliação, intervenção e prevenção dos riscos psicossociais.