Segundo um artigo partilhado pelo site inglês Small Business Prices, Portugal foi considerado um dos países com maior risco de Burnout.
Com uma semana de trabalho mais longa e, um salário médio anual dos mais baixos, Portugal aparece em 1º lugar, seguido da Grécia e da Letónia, numa lista de 26 países europeus avaliados.
Numa época, em que os meios de comunicação social e órgãos de saúde, a nível mundial, mostram uma séria preocupação com o impacto desta pandemia na saúde mental, como podemos descurar esta informação?
Segundo o Manual de Classificação Internacional das Doenças – CID 11 (que entrará em vigor a partir de 1 de janeiro de 2022), a OMS passará a incluir na sua lista de doenças o diagnóstico de Burnout.
Segundo a classificação referida, o Burnout surge na secção dos «problemas associados» ao emprego e desemprego, sendo descrito como «uma síndrome resultante de stresse crónico no trabalho que não foi gerido com êxito».
A doença caracteriza-se assim, por «um sentimento de exaustão, cinismo ou sentimentos negativistas ligados ao trabalho e eficácia profissional reduzida».
Esta doença ainda que transversal a várias áreas de trabalho, tende a ser identificada com maior frequência em profissões cuja atividade envolva o contato com outras pessoas, como professores, médicos, enfermeiros, ou outros cuidadores. Profissões da linha da frente do combate à pandemia, ou que têm visto as suas atividades com mudanças e exigências cada vez maiores.
Como podemos fechar os olhos a este fenómeno? Como podemos aumentar a sensibilização para a saúde mental dentro das nossas organizações?
Tendo em conta que, grande parte dos profissionais tende a ignorar esta síndrome, é fundamental que a nível organizacional se adotem boas práticas de promoção da Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho, que envolvam também a saúde mental.
Seja através de formação que promova o Desenvolvimento Pessoal, seja através de atividades de convívio e lazer que envolvam os diferentes colaboradores (presenciais ou mesmo à distância), a Saúde Mental tem de ser abordada e apoiada.
Ao nível individual, é importante estar atento aos primeiros sintomas que evidenciem desgaste emocional, pois atuar de forma precoce é fulcral na evolução deste diagnóstico.
É assim, fundamental aprender e desenvolver estratégias que ajudem a aliviar o stresse ou a pressão constantes, pelo que, deixo algumas sugestões:
- Pratique exercício físico ou outras atividades de lazer que envolvam familiares ou amigos;
- Seja assertivo na forma como comunica;
- Aprenda a gerir melhor o seu tempo e a definir objetivos ao nível profissional e pessoal;
- Converse com alguém de confiança sobre como se está a sentir.
Se estas sugestões não estiverem a ajudar, peça ajuda a um profissional.
A sua saúde mental merece.