O ser humano é um ser social. Temos uma necessidade básica de pertencer a outros grupos e esta necessidade está profundamente enraizada na nossa história evolucionária.
Não conseguíamos ter sobrevivido até aos dias de hoje, se não nos tivéssemos mantido em grupos e dependendo dos indivíduos desses grupos. Quando esta necessidade de pertença não é respeitada, tem inúmeras consequências no bem-estar psicológico, emocional e físico.
No entanto, é muito comum existir divisão de grupos nos locais de trabalho. Colegas que desenvolvem laços apenas com outros colegas que consideram como “semelhantes” e deixam de interagir com aqueles que não encontram tanto em comum. Esta forma de rejeição social, causa inúmeros prejuízos no nosso funcionamento social e no desempenho coletivo da empresa. Mas a rejeição pessoal não vem só através destas interações mais diretas com os colegas de trabalho. Se um colaborador não for considerado para uma promoção quando achava que merecia, quando não é escolhido para um projeto que se candidatou, quando o seu chefe adia várias vezes uma reunião que pediu ou quando é publicamente criticado por um erro que fez, o seu cérebro sente-se rejeitado.
Nathan Dewall, Psicólogo da Universidade de Kentucky tem investigado o impacto da rejeição social e verificou que esta aumenta a raiva, ansiedade, níveis de depressão e tristeza, prejudicando o desempenho e contribuindo para um baixo autocontrolo. DeWall também indica que as pessoas que se sentem rejeitadas diariamente, têm uma pior qualidade de sono e o seu sistema imunitário também é afetado.
E a rejeição social vai ainda mais longe. Einsenberger, uma investigadora da Universidade de Columbia, descobriu que a rejeição social ativa áreas cerebrais semelhantes à dor física. Einsenberger diz que no que toca ao cérebro, um coração partido não é assim tão diferente de um braço partido.
Infelizmente, é muito comum vermos casos de exclusão e rejeição social em escolas e nos locais de trabalho. Este é um tema muito importante e que temos que estar atentos, agora que a ciência tem vindo a demonstrar o impacto que tem no estado psicológico e físico da pessoa que se sente rejeitada.
Devemos estar atentos no local de trabalho aos relacionamentos que são fomentados e como são fomentados. Todos devem-se sentir incluídos, pois isto causa um impacto sistémico, que vai desde a saúde do colaborador aos resultados da organização.