A Inteligência Emocional, tem a ver com o reconhecimento e gestão das nossas emoções e das emoções dos outros. Embora existam várias correntes que abordam este conceito, o mais utilizado nas empresas, partiu de Daniel Goleman, um psicólogo e escritor do New York Times, que a dividiu em 4 competências. Cada uma destas competências tem um peso determinante para que uma empresa obtenha sucesso.
Autoconsciência
É a capacidade de reconhecermos os nossos estados emocionais e ganharmos consciência de como é que reagimos perante pessoas e situações. A autoconsciência é uma capacidade pilar, mas muito difícil, pois somos facilmente levados pelos nossos estados emocionais.
Uma análise feita por Erich C. Dierdoff e Robert S. Rubin, professores de gestão da Universidade de DePaul, a um programa de desenvolvimento para executivos de uma empresa listada na Fortune10, que contou com 58 equipas e mais de 300 líderes, mostrou o impacto de uma baixa autoconsciência no local de trabalho. Verificaram que nas equipas em que existia menos autoconsciência, os indivíduos tomavam piores decisões e apresentavam mais conflitos interpessoais.
Autocontrolo
É a capacidade de gerir as nossas emoções. É fundamental saber distinguir entre reagir ou responder às situações. Quando reagimos, é quando agimos instantaneamente com a nossa parte do cérebro emocional. Quando respondemos, é quando colocamos o nosso cérebro racional a trabalhar e conseguimos escolher a melhor resposta.
É muito comum os colaboradores e líderes reagirem a situações impulsivamente, levados pelo seu estado emocional, pelo que depois o impacto reflete-se nos resultados negativos e no aumento de conflitos no local de trabalho. Quando aprendemos a responder, analisando a situação e ponderando os vários cenários possíveis, a nossa resposta é mais eficaz e saudável, gerando um melhor resultado.
Consciência Social
Traduz-se na capacidade de ter uma consciência organizacional, focar-se no cliente (interno ou externo) e em conseguir ganhar empatia. As pessoas que têm uma elevada consciência social, conseguem aperceber-se melhor das necessidades dos clientes, tornando-se mais disponíveis e pró-ativas.
Num estudo feito numa fábrica de produção nos Estados Unidos da América, os supervisores receberam treino em competências emocionais, tal como aprender a ouvir melhor os colaboradores e ajudá-los a resolver determinados problemas por si próprios. Após o treino, os acidentes causados por tempo perdido reduziram em 50%, as queixas formais reduziram em média de 15 para 3 por ano e a fábrica excedeu os seus objetivos de produção em mais $ 250.000 (Pesuric & Byham, 1996).
Relacionamentos Interpessoais
As competências desta categoria incluem: fomentar relacionamentos, desenvolver outros, inspirar como líder e gerir conflitos. É através dos relacionamentos interpessoais que as pessoas à nossa volta formam opiniões sobre nós e se relacionam connosco.
A maioria das organizações têm mais problemas relacionados com o pessoal do que com o negócio propriamente dito. Estes problemas com o pessoal devem-se a um fraco relacionamento interpessoal, que se trabalhado, traduz-se em inúmeros resultados positivos.
Pesquisa efetuada no meio empresarial, demonstrou que fomentar a amizade no trabalho pode aumentar a satisfação no local de trabalho, compromisso com a função e a dedicação. (Zagenczyk et al., 2010)
Num clima tão competitivo como o existente hoje em dia, a falta destas competências emocionais e sociais irá traduzir-se numa luta inglória, em que o foco da empresa será maioritariamente interno, para conseguir resolver questões internas, em vez de ter um foco externo, de forma a acompanhar o mercado e os clientes.